Palmeiras


CONHEÇA A PALMEIRA IMPERIAL

Alessandra Teixeira Silva
Engenheira Florestal
Membro da Academia Lavrense de Letras

Botânica: De acordo com a classificação botânica (ordenação das plantas em categorias hierárquicas), as palmeiras pertencem ao Reino Plantae: Divisão Magnoliophyta; Classe Liliopsida; Ordem Arecales e Família Arecaceae. Essa família, Arecaceae, anteriormente conhecida como Palmae ou Palmaceae, é a única família da ordem Arecales, abrangendo cerca de  205 gêneros e 2.500 espécies. Dentre os gêneros (gênero é uma categoria formada pelo agrupamento de espécies semelhantes, baseando-se não somente em caracteres morfológicos, mas também em particularidades de outra natureza, tais como as ligadas à origem, às migrações, ao comportamento genético, fisiológico e ecológico) dessa família, relacionam-se algumas plantas muito conhecidas como o Coqueiro-da Bahia (Cocus sp); Tamareira (Phoenix sp); Buriti (Mauritia sp), Açaí (Euterpe sp), Dendê (Elaeis sp), Palmeira Rafis ( Raphis sp), Macaúba (Acrocomia sp), Pupunha(Bactris sp); Sabal( Sabal sp), Babaçu (Orbignya sp) e a imponente  Palmeira Imperial( Roystonea sp).
As palmeiras são plantas perenes, arborescentes, tipicamente com um caule cilíndrico do tipo “estipe”, atingindo grandes alturas, mas por vezes se apresentando também como acaule (caule subterrâneo).
Origem: A Palmeira Imperial é nativa do norte da Venezuela; Guiana e Cuba (Ilhas Caribenhas). Distribuídas pelo mundo todo, estão centralizadas nas regiões tropicais e subtropicais, por isso apresentou fácil adaptação no Brasil.

História das Palmeiras Imperiais: As majestosas palmeiras imperiais, de nome científico Roystonea oleracea(Jack.)Cook, viraram símbolo de poder político, econômico e social no Brasil. O plantio das palmeiras imperiais se tornou comum no Rio de Janeiro em meados do século XIX, diante da necessidade do fortalecimento simbólico do II Império. Essa palmeira foi aclimatada pelos franceses no jardim botânico La Gabrielle, instalado na Guiana Francesa, e depois transferida para o Jardim de Pamplemousse. Por um erro histórico, dizia-se que tinha sido trazida do Jardim Gabrielle de onde vieram muitas plantas, principalmente durante as guerras napoleônicas. Porém as primeiras palmeiras que chegaram ao Brasil, na verdade vieram das Ilhas Mauricios, do Jardim de Pamplemouse, obtidas clandestinamente por Luiz de Abreu Vieira e Silva que as ofereceu a D. João VI que plantou a primeira palmeira imperial no Brasil, conquistando assim status em 1809. Os troncos altos, atingindo até 50 m metros de altura, transformaram-se em sinônimo de pujança. Em 1829, a palmeira floresceu pela primeira vez. Para que o Jardim Botânico tivesse o monopólio dessa espécie, o diretor Serpa Brandão mandava tirar e queimar todos os seus frutos. Entretanto, à noite, os escravos subiam no estipe, colhiam os frutos e vendiam na clandestinidade. Foi assim que a espécie se dispersou por todo o país, tornando-se mais conhecida até do que palmeiras da flora nativa. O espécime plantado por D. João recebeu o nome de “Palma Mater”. Em 1972, a “Palma Mater” foi fulminada por um raio. Apresentava naquela época, 38,70 metros de altura. O tronco foi preservado e encontra-se em exposição no Museu Botânico. Em seu lugar, foi plantado outro exemplar, simbolicamente chamado de “Palma Filia”.

Utilização em Paisagismo: As palmeiras imperiais são utilizadas principalmente em ambientes tropicais. O elegante estipe colunar, também denominado de “estípite”, permite formar uma bela composição. Em projetos paisagísticos, são utilizadas em números ímpares em forma de desenhos geométricos e também se destacam em renques (aléias) ou isoladamente. Podem interferir em conjuntos e grupos paisagísticos, devido principalmente à sua forma longilínea, assim não se recomenda utilizar muito próximo à vegetação densa, motivo pelo qual podem desfigurar na paisagem.
 O transplante de exemplares adultos exige técnica.  A sangria (desmame) para palmeiras acima de 4 metros de estipe, deve ser no mínimo 60 dias antes da retirada efetiva da palmeira. É necessário a utilização de máquinas e equipamentos adequados para o manuseio e movimentação das palmeiras.

Fonte: Carvalho, D. A. Sistemática vegetal, Textos Acadêmicos -UFLA, 2000.
             Home Page do Jardim Botânico do Rio de Janeiro/2008.

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