Árvores





CONHEÇA O FICUS LIRA


Botânica: De acordo com a classificação botânica, essa espécie é conhecida cientificamente por Ficus lyrata, pertence à família Moraceae. Apresenta sinonímia de Ficus pandurata. Conhecido popularmente por figueira lira, fícus lirata e também “fiddle leaf-leaf”.
Ocorrência: Nativa da África Ocidental, Camarões e Oeste de Serra Leoa, onde cresce na floresta tropical de terras baixas.
Aspectos gerais: Apresenta uma copa arredondada com folhas grandes, alternas, coriáceas, brilhantes, com nervuras bem marcadas, margens onduladas e formato de lira – o instrumento musical – o que lhe valeu o nome científico “lyrata“. Exemplares bem adaptados produzem figos (inflorescências do tipo sincônio) pequenos, esverdeados e com manchinhas claras, que dificilmente conterão sementes fora do seu habitat, devido à ausência da vespa polinizadora específica da espécie. Multiplica-se por estaquia e alporquia.É uma planta considerada tóxica, pois é uma das características da família Moraceae, portanto tenha cautela com as crianças e os animais. A seiva de uma folha é muito irritante, usar luvas ao manusear esta planta.
Utilização em paisagismo: É uma espécie perfeita para jardins bem amplos bem como parques públicos, pois sua sombra é perfeita. Não se recomenda o uso em calçadas e canteiros centrais devido às características das raízes (sistema radicular superficial), podem danificam fortemente as edificações.
A figueira lira, é uma espécie excelente para absorver e bloquear a poluição sonora, assim é recomendada para renques bloqueando os ruídos fortes. Contudo, a última tendência é seu uso em vasos para interiores, pois torna-se elegante na decoração, mas sempre lembrando em colocar em local com luz solar. O ficus lira, prefere atmosfera úmida, em épocas mais secas borrifar a planta com água.
 

Foto: Alessandra Teixeira

https://www.google.com/search?q=ficus+lyrata+vaso&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=2ahUKEwiY8ouy3obeAhUFEpAKHZ62CusQsAR6BAgFEAE&biw=1354&bih=619
Alessandra Teixeira Silva
Engenheira Florestal






CONHEÇA A SAPUCAIA



Alessandra Teixeira Silva

Engenheira Florestal


Botânica: De acordo com a classificação botânica, a Sapucaia pertence à Família Lecythidaceae, conhecida cientificamente por Lecythis pisonis Camb.  e popularmente chamada de Sapucaia, cumbuca de macaco, marmita de macaco ou sapucaia vermelha.

Ocorrência: Ocorre do Ceará até o Rio de Janeiro, na floresta pluvial atlântica. É particularmente frequente no sul da Bahia e norte do Espírito Santo.
Aspectos gerais: A Sapucaia, parente também do famoso Jequetibá, é uma árvore que pode atingir entre 15 e 30 metros de altura, com copa densa e ampla, tronco reto, casca espessa, dura e pardo escura. O diâmetro do tronco pode chegar até 90 cm. As folhas novas de cor rosa avermelhada, juntamente com as flores de cor lilás, conferem à sua copa uma beleza indescritível. Este espetáculo dura algumas semanas, atingindo o seu auge no final de outubro e passando lentamente para a cor verde normal. Somente árvores adultas (com mais de 8 anos) exibem esta característica. Uma das principais curiosidades desta árvore é a forma de seu fruto, denominada botanicamente “pixídio” e popularmente conhecida como “cumbuca”.
As sementes ou “castanhas” são comestíveis e muito deliciosas. Seu sabor rivaliza com a “castanha-do-pará”, contudo não é comercial porque a produção é muito baixa e muito perseguida pelos macacos e outros animais selvagens. Geralmente uma cumbuca média contém 6 a 12 castanhas elípticas, oleaginosas, com 6 cm de comprimento, as quais contém, afixadas em sua base, um arilo branco-amarelado de sabor adocicado e muito procurado pelos morcegos. O maior consumidor de suas castanhas, contudo, não é o homem, mas sim o macaco-sauá, que faz verdadeiras loucuras para consegui-las. Quando ainda fechadas, os macacos torcem as cumbucas como se fossem arrancá-las para acelerar a maturação.

Utilização em paisagismo: Essa bela e frondosa árvore, pode ser utilizada largamente em amplos jardins e parques públicos. O desenvolvimento da árvore no campo é moderado, podendo atingir 2,50 metros de altura aos 2 anos. A beleza da cor das folhas juntamente com outros conjuntos de árvores de folhas verdes, mostram um verdadeiro espetáculo. Hoje uma árvore considerada rara. Não se recomenda sua utilização em calçadas, pois suas raízes podem danificar as mesmas.

Copa da Sapucaia. Foto: Alessandra Teixeira

LORENZI, H; Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, vol 2, 4 ed. Nova Odessa, SP. Instituto Plantarum. 2002
 



CONHEÇA A TIPUANA


Alessandra Teixeira da Silva (*)

 Botânica: De acordo com a classificação botânica (ordenação das plantas em categorias hierárquicas), a tipuana é uma espécie arbórea conhecida cientificamente por Tipuana tipu (Benth) Kuntze, pertence a família Fabaceae que por sua vez abrange cerca de 650 gêneros e 18.000 espécies agrupadas em três sub-famílias. Tanto o gênero (Tipuana) quanto o epíteto específico (tipu) provêm de nomes populares indígenas. Apresenta como sinonímia botânica (sinônimo) os nomes Tipuana speciosa Benth. e Machaerum tipu Benth.Além de ser popularmente chamada de tipuana, também é conhecida por amendoim-acácia.

Origem: É uma espécie nativa da Colômbia, Paraguai, Uruguai, Argentina e região central do Brasil, introduzida em diversos países como ornamental. No Brasil, esta espécie se tornou tão freqüente que é encontrada em formações secundárias da matas mesófilas semidecíduas.
           
Aspectos gerais: é uma espécie de rápido crescimento, inicialmente recomenda-se a poda mais alta para que seus ramos não encostem do chão, necessita de grande espaço para desenvolver. A tipuana apresenta, em sua arquitetura, a formação de galhos que crescem na horizontalidade. Por apresentar incidência normal de epífitas sobre os tronco e galhos, baixa ocorrência de galhos secos, alta densidade de brotos foliares jovens nas extremidades dos ramos e perfeita floração na primavera, deve estar longe de iniciar o processo de decadência vegetativa. Plantadas em canteiros imersos em calçadas, suas raízes possuem crescimento em tropismo negativo a fim de captar água ao nível do lençol freático.

Utilização em Paisagismo: Devido à sua magnífica arquitetura e exotismo, é considerada uma bela árvore, podendo ser utilizada em logradouros públicos, parques e amplos canteiros urbanos. Não se recomenda plantar debaixo da fiação e em calçadas estreitas. Floresce de setembro a dezembro, com uma bela floração amarela.
A “tipuana”, segundo historiadores, foi plantada em 1908 no Jardim Municipal (hoje Praça Dr. Augusto Silva) por Bernardino Maceira, que juntamente com outras espécies arbóreas, foram introduzidas no jardim e na arborização da cidade.
Por ser um exemplar exuberante na praça Dr. Augusto Silva, é considerada uma árvore símbolo, pois se tornou uma atração para os lavrenses e visitantes.

Fonte:  (*) SILVA, A. T. : Evolução Histórico-Cultural e Paisagística das Praças Dr. Augusto Silva e Leonardo Venerando , Lavras, MG. 2006. 238p. Tese (Doutorado), Universidade Federal de Lavras/UFLA.


Tipuana florida da Praça Dr. Augusto Silva. Foto: Alessandra Teixeira



CONHEÇA O CEDRO DO LIBANO

Alessandra Teixeira da Silva
Engenheira Florestal
Membro da Academia Lavrense de Letras

Botânica: De acordo com a classificação botânica (ordenação das plantas em categorias hierárquicas) os Cedros pertencem ao Reino Plantae, Divisão Pinophyta,(Grupo das Gimnospermas/Coníferas); Classe Pinopsida, Ordem Coniferales, Família Pinaceae Esta família engloba plantas arbóreas de grande porte e encontra-se distribuída principalmente em regiões temperadas do hemisfério norte. Desta família podemos citar os gêneros Abies (Abeto), Picea (Pinheiro-da-Noruega) e Pinus (maior gênero com cerca de 90 espécies) e o exuberante  Cedrus (Cedro verdadeiro).O gênero é constituído de 02 espécies : Cedrus odorata (Cedro do Himalaia) e Cedrus libani (Cedro do Líbano), sendo este último constituído por 04 variedades assim citadas: C. libani var. LibaniC. libani var. StenocomaC. libani var. Brevifolia e C. libani var. Atlantica. A madeira desta família tem grande importância econômica, pois são fornecedoras de matéria prima para produção de papel, resinas e vários outros produtos. O Cedro do Líbano (Cedro verdadeiro) não deve ser confundido com o Cedro brasileiro(Cedrela sp).

Origem: Dentre as Coníferas, o Cedro-do-Líbano é uma das mais majestosas. O Cedrus libani é nativo do Lebanom, Montanhas Taurus na Síria e Turquia centro-meridional. Uma pequena população ocorre no Norte da Turquia perto do Mar Negro. As variedades citadas ocorrem no Chipre e nos Montes Atlas na Argélia e em Marrocos.

Um pouco de história: O cedro do Líbano é mais que uma árvore, ele é o símbolo do Líbano. O cedro foi escolhido como emblema da bandeira libanesa por simbolizar força e imortalidade.  Dentre as espécies de árvores nativas presentes no Líbano a mais famosa e mais valiosa tanto nacionalmente quanto internacionalmente é o Cedro-do-Líbano. Esta planta fez parte da sociedade não só culturalmente, mas foi a base de numerosas economias em civilizações antigas. O cedro era usado para a construção de Templos, Palácios e embarcações. A exportação da madeira para o Egito era um importante fator no crescimento da prosperidade Fenícia e trouxe capital para lançar uma das mais ambiciosas formas de comércio internacional, navegação, artes e equipamentos. Os fenícios e egiptos não estavam sozinhos na utilização do Cedro, os Assírios, Nebuchdrezzar, os Romanos, Rei David, Rei da Babilônia, Herol o Grande, e os Turcos no Império Otomano, também utilizaram os Cedros. Durante a Guerra de 1914-1918 inúmeras reservas remanescentes foram devastadas e destruídas para a construção de Ferrovia de combustível. Antigamente as montanhas do Líbano eram cobertas de cedros, tem-se conhecimento das árvores desde 3 mil a.C., quando a cidade de Biblos Jbeil era um importante centro comercial da antiga Fenícia, junto ao Mar Mediterrâneo. Além disso, o Cedro é muitas vezes mencionado na Bíblia Sagrada como um símbolo de força e eternidade. Segundo a Bíblia, o Rei Salomão construiu seu famoso Templo com a madeira dos cedros libaneses. A madeira, um pouco perfumada, era utilizada pelos faraós do Egito para mumificar os mortos. Hoje ainda se encontram no Líbano muitas florestas de Cedro. Em Bcharri, floresta relíquia, em uma altitude de 1900 metros há mais de 300 árvores, sendo que duas delas têm cerca de 3 mil anos de idade, e outras dez possuem mais de mil anos. Há ainda a Floresta de Jaj Laqlouk e a Floresta de Barouk Maaser Chouf com quase seis milhões de árvores antigas e novas.

            “Os Cedros são monumentos naturais mais célebres do universo. A religião, a poesia e a história igualmente os consagraram. São seres divinos sob forma de árvores”. Lamartine, poeta francês, século XIX.

Características gerais: O Cedro cresce muito devagar e chega a atingir até 40 metros de altura e 14 metros de diâmetro no tronco. Nos primeiros três anos de vida, as raízes crescem até um metro de meio de profundidade. Aos quatro anos o Cedro começa a crescer vinte centímetros por ano e só aos quarenta produz sementes. Os cones fertilizados demoram de 2 a 3 anos para amadureceram e são ovais. É uma planta monóica (machos e fêmeas na mesma planta). Os galhos das árvores jovens são normalmente eretos, já os troncos de árvores antigas são geralmente divididos em “andares”, sendo que os galhos laterais se estendem horizontalmente. A arquitetura da árvore (forma do tronco e galhos) muda dependendo da densidade da floresta.

Utilização em paisagismo: É uma árvore ornamental bastante comum por todo o mundo (principalmente no Continente Europeu), utilizada em parques, jardins e avenidas. No Parque São Clemente situado em Nova Friburgo-RJ e que foi projetado em 1871 pelo paisagista francês Auguste François Marie Glaziou, encontram-se vários exemplares de Cedro. Como são plantas de clima temperado, os paisagistas brasileiros as utilizam com pouca frequência.

O Cedro do Líbano em Lavras: Encontra-se na Praça Dr. Augusto Silva um exemplar de Cedro do Líbano (Cedrus sp) que foi plantado na administração do Prefeito Jacinto Scorzza, na década de 1940, em homenagem à colônia Libanesa em Lavras. Na década de 1960 caiu um raio no Cedro e houve assim uma deformação nos galhos. Este exemplar está localizado ao lado do caramanchão (pergolado) na área lateral da praça.

Fonte: www.libano.org.br/o libano_ocedro; www.kfs10.com.br/loubnan/cedro.html; Informações pessoais, Eduardo Cicarelii.
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CONHEÇA O PAU-FERRO
Alessandra Teixeira da Silva (*)
Engenheira Florestal
Membro da Academia Lavrense  de Letras
Botânica: De acordo com a classificação botânica (ordenação das plantas em categorias hierárquicas), o Pau-Ferro pertence a família Fabaceae, antes conhecida por Leguminosae,  Esta família abrange cerca de 650 gêneros e 18.000 espécies agrupadas em três sub-famílias. Existem 02 espécies conhecidas por Pau-Ferro, assim pode-se citar a Caesalpinia ferrea Mart. ex Tul. var. ferrea conhecida  como: jucá; pau-ferro;ibirá-obi e imirá-itá ; já a outra espécie, a Caesalpinia ferrea Mart.ex.var. leiostachya Benth.; popularmente conhecida somente pelo nome de Pau-Ferro, é a mais utilizada em paisagismo e de fácil comercialização nos viveiros florestais. As duas espécies apresentam características morfológicas semelhantes.
Nova denominaçãao: Libidibia ferrea (Mart. Ex Tul.) L.P. Queiroz

Ocorrência: O Pau Ferro é largamente  distribuído desde o estado de Piauí até São Paulo na floreta pluvial da encosta atlântica.

Madeira: madeira muito dura e fibras revessas, difícil de ser desdobrada, de longa durabilidade natural. É empregada na construção cível, como vigas, esteios, caibros, escadas e outros. A madeira do pau-ferro é muito dura, sendo assim considerada o "Ébano" brasileiro ( O verdadeiro Ébano é uma madeira  muito dura utilizada para a fabricação de móveis de luxo, podendo citar a espécie Dyospirus ebenum da India e Sri Lanka).

Fenologia: Floresce a partir de meados de novembro até fevereiro. Os frutos amadurecem durante o mês de julho até o final de setembro.

Curiosidade: A história relata que seu nome provém das faíscas e do ruído metálico produzidos por machados quando se atrevem a cortá-las.

Características gerais: seu porte pode atingir até 30 metros de altura e sua copa pode chegar a 12 metros de diâmetro. O frutos (vagens) podem ser diretamente colhidos na árvore quando adquirirem coloração escura e iniciarem a queda espontânea, ou também podem ser recolhidos no chão após queda.

Utilização em paisagismo: O Pau-Ferro pode ser utilizado na arborização de avenidas largas e também em praças públicas e parques, mas devido ao seu porte elevado, recomenda-se não utilizar debaixo da fiação elétrica. Árvore frondosa apresenta uma bela e delicada floração de cor amarela. Possui um magnífico tronco “marmorizado”, de um branco muito claro entremeado por tons de cinza a bege muito ornamental. Também é uma espécie indicada para reflorestamentos mistos destinados à recomposição de Áreas degradadas de Preservação Permanente (APP).

(*) Pesquisas realizadas registram que na Praça Dr. Augusto Silva de Lavras-MG existem 18 exemplares de Pau-Ferro circulando a praça, e que possuem uma idade de aproximadamente 70 anos.

Fonte:  (*) SILVA, A. T. : Evolução Histórico-Cultural e Paisagística das Praças Dr. Augusto Silva e Leonardo Venerando , Lavras, MG. 2006. 238p. Tese (Doutorado), Universidade Federal de Lavras/UFLA.


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